quarta-feira, março 01, 2006

Metropolitan

Chega a sexta feira e invade-me um misto de alívio e leveza com ansiedade e medo. É fim de semana, é relax e curtição... é estar com os amigos, ter mais tempo para eles (apesar de nunca ser suficiente para estar com todos e dispender o tempo necessário com todos!!). Ao mesmo tempo, sexta feira é dia de andar de metro. Bicho assustador este!!!

De ínicio até achava piada. Esta coisa de centopeia eléctrica do subsolo não há lá na terra. Não há e ainda bem... além do mais, tão pouco faria sentido!!! A cidade é pequena, chega-se facilmente a qualquer lado; não há grandes filas de trânsito. Quando lá vivia achava que sim.... que o trânsito era imenso, que me atrasava imenso nas deslocações para a universidade (que era quando me deslocava em horas de ponta)... Nada disso. A Minha Cidade é um PARAÍSO!

Ando de metro apenas porque tenho que andar. Chego mais rápido onde quero, poupo no gasóleo... a contrapartida é que sofro. Fico melancólica. O ar que respiro deixa-me mal disposta, enojada. O olhar frustado, deprimente e acusador das pessoas entristece-me e assusta-me. Fico cabisbaixa. OK, eu não sorrio. Metro não é lugar para sorrir. É para estar séria. No metro és empurrada, esmagada, e quiçá assaltada. Sorrir para quê?!

Não gosto... não gosto que me toquem, não gosto da falta de educação das pessoas que só porque estão no metro pensam-se no direito de atropelar, pisar, empurrar e nem um "Peço desculpa!" ou um "Dá-me licença?"

Até o cego, revoltado com a sua condição, insulta a tudo e a todos. Revolta-se e fico revoltada. Não com a sua condição mas por se revoltar. Ninguém o insulta. Limitam-se a ignorá-lo. O que quer o senhor? A Vida não está fácil para ninguém. Acredito que para si mais dificil... mas o mundo é assim mesmo... tem que ser assim mesmo. Não podemos todos ser iguais ou viver nas mesmas condições.

Bom, mas isso agora não interessa nada nem a ninguém. Há coisas perante as quais não podemos simplesmente querer encontrar respostas.

Ainda bem que ainda há verde e céu azul, há mar e flores e montanhas, e o som das ondas ou das cascatas ou dos cursos de água dos rios... sorrisos da Natureza!!

Até quando? Não sei. Não me interessa. Não estou a ser egoísta. Não. Não me interessa porque assim prefiro.
Quero apenas viver o já e o agora sem ter que pensar no depois. O depois não existe. Só existe enquanto presente. Enquanto viver de forma responsável para que os nossos sucessores possam usufruir de tais dádivas....
Futuro é incerto, é improvável. Não conjuguemos os verbos no futuro.