quarta-feira, fevereiro 15, 2006

E como tudo começou...

Já agora, e porque falei das lendas por trás da celebração do dia dos Namorados, não vou deixar de as mencionar.
A origem desta festividade tem várias explicações históricas, que se resumem essencialmente a duas versões: uma cristã e outra pagã.
Na primeira, relata-se que o Imperador Cláudio II, vendo que não conseguia recrutar os jovens para as suas fileiras, os quais se recusavam a abandonar as suas namoradas, mulheres ou amantes, decidiu puni-los proibindo os casamentos em Roma. Porém, o bispo de Terni, de nome Valentim, num acto de desobediência àquelas ordens, terá realizado uma série de casamentos. Descoberto, Valentim é preso, morto e decapitado. Dois séculos mais tarde, em 496, o Papa Gelásio santifica-o e dedica o dia de sua morte, a 14 de Fevereiro, ao culto deste mártir. Nasce, assim, o padroeiro dos apaixonados.
Porém, a tradição pagã associa a data ao festival de Lupercália, na qual, diz-se, havia uma espécie de “lotaria do amor”. Os nomes das raparigas romanas eram escritos em papel e colocados num cesto, para que o mancebo escolhesse um. A eleita seria a sua namorada.
O lado económico / comercial da celebração surgiu quando, em 1840, uma cidadã inglesa, de nome Esther Howland, se lembra de produzir “lembranças” em grandes séries, para comemorar a data. O gesto alargou-se ao resto do mundo, com o apoio dos lojistas (claro!!), que viram no golpe uma boa oportunidade de fazer dinheiro.

Isto só prova que prova que amor e negócios não são incompatíveis.

E já agora, alguém sabe que o dia 14 de Fevereiro também é dedicado aos doentes coronários?
Será que existe alguma relação? Amor / Doença coronária / Gastos monetários?

Dia dos Namorados

Ontem celebrou-se o Dia dos Namorados!!! Mais um dia pretexto para se gastar dinheiro e fazer o que normalmente não se costuma fazer....
Os casalinhos (muito contentes!!) lá foram jantar fora e trocaram presentes ... mais do que tudo como que por obrigação!!! Tal como no Natal ou em outras épocas "festivas".
Não me parece bem. Simplesmente não me parece bem e ponto final. Sei que há uma lenda por trás deste dia (ainda ontem li uma versão) ... ainda assim...
Nem sei porque existe este dia... não digo isto simplesmente porque nunca o celebrei. Penso mesmo assim. Então, vamos lá inventar um dia dos solteiros, que, coitados (ou felizardos) também têm direito a.
Namorados, digam coisas bonitas uns aos outros e dêem prendinhas uns aos outros sempre que vos apeteça. Não porque um dia o dita!
Bom, como sou solteira e muito bem solteira (que por enquanto sinto-me bem assim), eu e a minha companheira (de casa) decidimos também celebrar... enquanto solteiras, porque achamos que devíamos. Somos, até ao momento, felizes assim e como tal celebrámos!!!

Fizemos um jantarzinho bem apetitoso (nada de muito elaborado, mas soube bem), colocamos umas musiquinhas bem "cool" (de que ambas gostamos), acendemos umas velinhas e queimamos um óleo bem gostoso e, embrulhadas por este ambiente, saltou-nos a boa disposição!
Rimos... rimos imenso!!!
Rimos da nossa condição de solteiras e de o estarmos a celebrar. Rimos das nossas aventuras amorosas, dos nossos "affairs", passados e presentes e de suas implicações, de como lidamos com os mesmos e como os ultrapassámos (ou ainda não - e há sempre aqueles que nunca ultrapassaremos!!). Foi simplesmente um fim de dia bem passado! Muito bem passado....
Acima de tudo, rimos e não ficámos melancólicas como muito boa gente fica neste dia. Afinal, não vale a pena!!!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Carnaval

Acredita-se que as comemorações do Carnaval têm origem numa festa primitiva, que se realiza anualmente honrando a chegada da Primavera.
Esta festa consistia num ritual de fertilidade agrária, em que homens e mulheres pintavam os seus rostos e corpos para se deixarem levar pela alegria, pela dança, pela embriaguez e pelo sexo.
Há registos destes festejos na Antiguidade, 10 mil anos A.C. Os Egípcios (2000 AC) homenageavam de igual forma semelhante a sua deusa Ísis e os romanos também realizavam festas alegres e desinibidas em homenagem a alguns deuses, especialmente a Baco, deus do vinho, que na mitologia grega se chamava Dionísio.
Estes rituais eram tão desregrados que ficaram conhecidos como rituais dionisíacos ou … bacanais!

A FESTA DA CARNE
Para alguns, o termo Carnaval vem da expressão latina “carrum novalis” (carr naval), uma espécie de carro alegórico com que os romanos iniciavam as comemorações. Para outros, Carnaval deriva de uma outra expressão latina: “carne levare”, ou seja, Adeus Carne. Era uma forma de comemorar em grande, antes da Quarta-feira de Cinzas, altura em que se entra num período de jejum de carne, devido à Quaresma. Daí o facto de se chamar “Dias Gordos” a este período de Carnaval, onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, por contraposição ao jejum e à abstenção total dos dias que se seguem, os “Dias Magros da Quaresma”.

AS MÁSCARAS
O uso de máscaras devemo-lo ao Papa Paulo II. Foi a permissividade deste Papa que permitiu a introdução do Baile de Máscaras, para que todos os excessos pudessem ser cometidos sem que se reconhecesse quem os praticava. As máscaras e os disfarces escondiam, além disso, a existência de classes sociais.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Um ar gélido bate-me no rosto, paralisa-me a ponta dos dedos.
Entra-me pela cervical e corta-me as costas, perfurando os pulmões até chegar ao coração. Caem-me lágrimas de sangue; denunciam a dor insuportável que me assalta e me rouba parte da alma que sinto mas não vejo. Ninguém vê e só sente quem quer ou quer querer!
Apetece-me gritar e sair desta prisão punidora.
Gosto da dor. Amo-te dor. Fazes-me bem.
Salto para o meio da estrada e pergunto-lhe "para onde me levas?", "porque me levas por aí?". E a estrada não me responde. Limita-se a sorrir; ou assim o parece.
Traz-me de volta... traz-me de volta quem me abandonou e sequer pensa em mim. Leva-me a quem me ama; a quem me quer bem e me quer junto a si. Dá-me a mão e um ombro em que me possa encostar.
Leva-me onde tenho que ser levada mas leva-me bem, ainda que por caminhos sinuosos, de curvas e contra-curvas, com buracos e precipícios. Ainda que não me deixes perceber que assim é que tem que ser. Leva-me por forma a que não possa fugir.
Empurra-me se necessário. Faz-me cair. Faz-me chorar. Faz-me pensar.
Traz-me de volta.... a luz, a paz, a harmonia e faz-me sentir bem comigo mesma e com quem me quer bem.
Sai do meio da estrada que um carro lá vem. Um carro que tem que vir. Porque tem que vir. Apita para que acordes.
Adeus, até à próxima.
Amanhã talvez.
Amanhã é outro dia e embora o sol seja o mesmo talvez seja outro.